Os demais são um advogado na cidade de Caratinga, um policial militar do Estado da Bahia que residia em Caruaru (PE) e o presidente do Instituto de Educação e Saúde Pública, residente em Feira de Santana (BA). Um investigado, presidente do Instituto, está sendo procurado.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão foram apreendidos documentos, computadores, celulares e R$ 10 mil em espécie.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, a organização criminosa é especializada em fraudar concursos públicos municipais e teria alterado o ato constitutivo da Associação Comunitário de Guarani e Jurema, com sede em Serrinha (BA), transformando-a no Instituto de Educação e Saúde Pública (IESP Concursos).
A partir disso, o Instituto passou a oferecer a realização de concursos públicos municipais, alegando possuir mais de 20 anos de experiência na área. Após a contratação, o Instituto oferecia facilitação na aprovação de pessoas indicadas pelo administrador público e servidores públicos do alto escalão municipal, o que teria ocorrido em Piedade de Caratinga.
As investigações indicam que o prefeito municipal, após contratar a banca examinadora, passou a oferecer facilitação na aprovação do concurso público mediante o pagamento da quantia correspondente ao primeiro salário a ser recebido pelo cargo.
Polícia intervém no esquema
Para evitar a fraude, a polícia interveio na realização do concurso, digitalizando os gabaritos dos candidatos para garantir que o resultado corresponderia às notas.
“Contudo, após tomar ciência da atuação policial, um membro do Instituto encaminhou, dois dias antes da realização do certame, a prova e o gabarito a fim de garantir a aprovação de um advogado, de um dentista e de uma enfermeira”, explica o delegado Ivan Lopes.
As apurações sugerem que o advogado beneficiado teria sido o responsável pela contratação do Instituto, utilizando-se do cargo público que exercia à época dos fatos, sendo o principal interlocutor entre o município de Piedade de Caratinga e a banca examinadora.
A fraude no concurso de Piedade de Caratinga ocorreu com a mediação de um policial militar da Bahia e representante do Instituto, bem como por sua esposa, uma advogada supostamente responsável pela alteração do ato constitutivo da associação e que teria poderes de gerir as contas do Instituto.
Outros envolvidos
A Polícia Civil descobriu que o Instituto investigado, apesar de sediado no estado da Bahia, teria realizado diversos concursos em outros municípios de Minas Gerais.
O instituto possuía como representante em Minas o presidente da Câmara Municipal de São José da Lapa, que, à época da contratação com o município de Piedade de Caratinga, exercia o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente no município de São José da Lapa.
Ele seria o responsável pelo oferecimento e formalização da contratação, com dispensa de licitação, utilizando, ainda, da atuação de um advogado de Belo Horizonte para angariar outras cidades interessadas na fraude.
Fonte: BHAZ
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