O momento é delas: Comissão fala sobre importância do empreendedorismo para independência feminina
Encontro destacou a saída de mulheres do ciclo de violência como um dos fatores para interesse nos negócios
O empreendedorismo feminino é uma realidade no Brasil, mesmo com alguns empecilhos como a elevada carga tributária e burocrática. Mesmo assim, mulheres em todo o país e profissões, por exemplo, a advocacia, aceitam o desafio de mostrar que o momento também é delas e não só do público masculino. Com esse mote, a Comissão Especial de Gestão e Empreendedorismo Jurídico da OABRJ, com apoio do movimento ‘O poder do Batom Vermelho’, realizou nesta quarta-feira, dia 13, evento para discutir áreas e maneiras da mulher investir em sua própria carreira.
Segundo a Agência Brasil, em 2022, quase 70% da população brasileira adulta está no ramo do empreendedorismo no Brasil. Já a classe feminina teve um aumento de 41%, mesmo na pandemia, segundo dados divulgados pelo LinkedIn.
Para a presidente do grupo, Simone Amara Fernandes, uma mulher empoderada e independente financeiramente “não se submete aos relacionamentos abusivos e tóxicos e não se torna uma potencial vítima da violência doméstica”.
“A comissão tem essa preocupação de motivar essas mulheres e despertá-las para a sua verdadeira capacidade, de encontrarem no empreendedorismo um caminho para não depender financeiramente de seus parceiros”, ponderou Simone.
A mesa inicial também foi composta pela CEO do ‘O poder do batom vermelho’, Ana Flávia Cunha; a fisioculturista e gerente da academia Experience, Adriana Neca; a secretária-geral da OAB/Barra da Tijuca, Patricia Pacheco; a especialista em Direito Tributário, Fernanda Medei; a integrante da Comissão de Defesa do Consumidor da OABRJ e especialista em Direito de Família e Público, Lilian Reys Bellucco; e a coordenadora de empreendedorismo feminino na Secretaria Estadual da Mulher, Marcele Porto, além de outras convidadas.
“A violência não é só a física, existe a patrimonial, como a que estamos vendo nos recentes casos midiáticos, por exemplo, da Ana Hickmann e da Tina Turner, que sofriam caladas e se mostravam de pé perante a sociedade”, comentou Ana Flávia.
“O movimento já vai fazer dois anos, e hoje tenho a plena consciência de que não basta só dizer para as mulheres o que elas precisam fazer. Elas precisam encontrar o momento delas para entender e começar a caminhar. O Estado não tem como estar em todos os lugares, então é preciso unir forças para ajudar todas as mulheres que sofrem violência. Antes de amar alguém, a mulher precisa se amar primeiro”.
O evento contou com elenco majoritariamente feminino de palestrantes, que trouxeram à luz histórias de superação e dicas de como mulheres podem conseguir concicilar tantas variáveis e funções ao mesmo tempo. Temas como a contabilidade humanizada; a capacidade de se reinventar a cada situação que a vida apresenta; como pegar um problema e transformar em uma solução?; o papel social e ecológico e sustentável da coleta de óleo; resgatando raízes; empreendedorismo feminino e o mundo do trabalho, além de como ir do planejamento financeiro à sucessão patrimonial – instrumentos de organização e proteção dos recursos estiveram presentes nas falas das especialistas.
Fernanda Medei abordou os desafios em dar os primeiros passos no mundo dos negócios.
“Não é fácil começar e até nos estabelecermos, são muitos saltos quebrados e furados. Quando vejo a minha jornada, que ninguém acreditava e em meio a um relacionamento abusivo, consigo enxergar que valeu a pena romper com situações que me colocavam em posições de humilhação e levantar a cabeça”, contou a advogada.
Representante da Secretaria Estadual da Mulher, Marcele Porto acentua a relevância do incentivo ao empreendedorismo nas escolas. Ela relembrou, também, que até 1962, há apenas 61 anos, existia no Brasil uma lei que não permitia à mulher ser dona de seu próprio negócio sem autorização do esposo.
“O empreendedorismo deveria ser uma disciplina lecionada desde a educação básica. Para incentivar o comportamento empreendedor, a forma como lidamos com as finanças, além de desenvolver a habilidade de resolver problemas e encontrar soluções na área escolhida”, refletiu Marcele, ao destacar o percentual de que apenas 9% das empreendedoras empregam outras mulheres.
“Precisamos entender que o empreendedorismo e as mulheres possuem várias facetas, então temos que olhar para cada um de forma diferente e percebendo suas complexidades. Estou na Secretaria desde agosto, e o primeiro resultado de todo trabalho desenvolvido foi a implementação da Lei do Mês Estadual da Mulher Empreendedora [Lei nº 2108/2023], aprovada pela Alerj, que será comemorado todo mês de novembro”.
Fonte: OAB RJ
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